sexta-feira, 15 de maio de 2015

NEM MIL VANS TIRAM OS ÕNIBUS

Shakespeare e a filosofia das vans: Há mais coisa entre o céu e a terra...
Ônibus é transporte coletivo, uma concessão de serviço dada pela prefeitura, no caso das linhas municipais, mas que requer responsabilidades assumidas. Se a prefeitura entende que o publico não é atendido, antes de quebrar o contrato assumido com as empresas deveria cobrar o atendimento às necessidades contratadas, principalmente que a empresa concessionária ofereça capacidade de satisfazer a demanda de passageiros.

Mas também é publico que o setor de Transporte é um dos maiores investidores nas campanhas eleitorais e por isso pode se presumir que as autoridades políticas tenham constrangimento para legislar sobre o assunto. Ocorreu que, agora, esse setor não compreende apenas as empresas de ônibus e agrega, também, o transporte alternativo, legalizado ou não, que, é claro, também investe na garantia de seu trabalho e nos políticos.

Mas ninguém pode servir a dois senhores. É bíblico... Mateus 6;24.

O Prefeito Neilton Mulin, que nunca antes havia dirigido ônibus, vans e nem prefeitura, prometeu passagem a R$ 1,50 certamente porque pensou que eleito teria a caneta e determinaria assim. Mas as vans também são organizadas nas eleições e financiam seu lobby. Portanto a classe política ficou imobilizada entre os interesses e, é claro, que a prefeitura sabia que autorizaria o transporte para que a Justiça assumisse o custo político, paralisando a circulação.
Ambos os serviços, tanto o ônibus quanto as vans, prestam péssimo atendimento ao usuário. Mas agora o caso complicou o prefeito que não deu ao povo a passagem que prometeu, não devolveu a simpatia do setor de Transporte, não devolveu a simpatia do transporte alternativo e ainda perdeu com seus eleitores conquistados em boa parte com esse apelo de campanha, a passagem mais barata. 

A forma mais justa de se adequar toda a problemática criada seria, no entanto, a mais simples, a de ter apenas um senhor, o usuário de transporte, e fazer as empresas de ônibus cumprir o contratado. Fiscalizadas as empresas além de ter que atender com satisfação poderia provocar surpresa na arrecadação, a partir de um controle de roletas, que deve ser muito mais fácil de fazer do que controlar o ISS das agências bancárias, como a prefeitura pretende.

Embora claramente uma ação eleitoreira oportunista, o vereador Ricardo Pericar tem se adiantado nessa questão, passando a frequentar os pontos de ônibus conferindo, articulando e denunciando o mau serviço dos ônibus nas linhas onde tem o seu eleitorado mais forte. A partir do seu plantão a empresa concessionária tem melhorado o atendimento em algumas linhas o que mostra que se o Governo Municipal atuar na questão representando apenas a população o problema tem solução.

A Lei utilizada pela pelo desembargador Jaime Dias Pinheiro Filho para retirar as vans da rua é a 425/2012, que define a concessão do transporte gonçalense e que vigora desde janeiro de 2012 até janeiro de 2037. Foram os vereadores com mandato a época que aprovaram exclusividade para as linhas e a lei ainda trouxe em seu terceiro parágrafo a observação de que a Exclusividade se dá também a outros modais terrestres e, incluindo os seus terminais, um contrato que não permite chororó e nem nhenhenhém.

O conflito entre vans que estima-se transporte e empresas de ônibus é antigo e a legalização e cassação um risco desse negócio que se estima transportar até 120 mil passageiros/dia na cidade mas Neilton foi as ruas em campanha garantindo passagem de ônibus por R$1,50. Após tentar e não conseguir mexer no bolso do Consórcio São Gonçalo de Transportes que reúne nove empresas (Auto Ônibus Alcântara S/A, Auto Ônibus Asa Branca Gonçalense Ltda, Expresso Tanguá Ltda, Icaraí Auto Transportes S/A (Líder), Transp. e Turismo Rosana Ltda,Viação Estrela S/A, Viação Galo Branco S/A, Viação Mauá S/A e Viação Rio Ouro Ltda) apelou então para as vans.

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